16 de dezembro de 2009

Diário de Campanha Ato II: Esperança - 2ª Sessão

Estou com medo. Cada vez que mato algum ser vivo, sinto-me cada vez mais parecida com aqueles malditos anões. ODEIO aquela raça, não quero de forma alguma me igualar a eles.
Guardei meu arco e olhei para os dois dragonetes que acabara de matar, seus olhos semicerrados e desfocados, fizeram-me lembrar da matança ocorrida em minha cidade. Apesar de não gostar de matar seres que agem agressivamente por instinto, não me agrada também a ideia de falhar na minha vingança contra aqueles malditos de baixa estatura.

Deixamos nossa companheira caída para trás, o que não nos orgulha, pelo contrário, isso em muito nos envergonha. Mas como disse Aries: “Ela seria só um peso morto para nós e iria acabar nos atrapalhando”. Desculpe-nos Ceciliana...
Continuamos pelo longo corredor daquele lugar que mais parecia um labirinto. Há certo ponto do caminho, ouvi um som que me parecia ser mais espécimes daquela infeliz raça que acabara de nos confrontar. Aviso o grupo do perigo e para ficarem em silêncio. Infelizmente, Fumaça de Prata põe tudo a perder, revelando nossa presença e forçando-nos a entrar mais uma vez em combate.
Terminado o combate, curamos as feridas necessárias. Azulth como sempre, por ser nossa investida principal, sempre acaba recebendo maiores danos. No entanto, nas últimas horas ele parece estar mais vitalizado. Continuamos nosso caminho, deixando para trás um enorme rastro de sangue e corpos sem vida.
Alexander estava cada vez mais inseguro de nos acompanhar, por vezes tive de dar-lhe um incentivo, espetando-lhe a ponta da minha adaga em suas costas ou puxando-lhe pelo braço, ao que esse, desvencilhava-se e olhava-me com ar de reprovação.
Chegamos ao que parecia uma parede feita de luz. Através dela via-se claramente um pequeno altar com um baú encimado. Aries identificou que a parede continha uma forte magia controlando-a. Apesar de alertados por Aries, decidimos todos que além de seguir em frente só poderíamos fazer o caminho de volta, o que seria completamente inútil, forçando-nos assim a ignorar o nosso amigo.
Um a um atravessamos a tal parede. Quando chegamos do outro lado, vimo-nos em uma sala completamente vazia, e completamente diferente da que se via do outro lado da parede de luz, porém, às nossas costas, não havia nada, apenas uma parede tão sólida quanto uma parede pode ser, obviamente não estávamos na sala que via-se pelo outro lado da parede de luz. Nesse tempo percebemos que faltava alguém em nosso grupo... Alexander havia ficado para trás... Indubitavelmente sabíamos que ele não nos seguiria pela parede, provavelmente já havia fugido.
Dentro da sala não havia nada, exceto, uma pilha de pedras à nossa frente, e acima do grupo, uma escuridão aparentemente infinita, que curiosamente, começava de forma repentina na parede, fora isso nada, nem porta, nem janela, nem alçapão. Aries, prontamente, acende um de seus bastões de luz e joga-o para o alto, ao cruzar a escuridão, não ilumina-a, justamente pelo contrário, atravessou-a e não tornou a cair. Nesse exato momento, ouvimos uma voz (mais tarde Kreev identificara-a como um arcaico dialeto dracônico) e a pilha de pedras começou a vibrar e emitir um leve brilho, agora o que há menos de um minuto era apenas uma pilha de pedras insignificante, estava diante de nós como um enorme golem de quase 4 metros de altura. Imediatamente ele nos atacou. Alguns de nós conseguiram escapar, outros (como eu) não tiveram tanta sorte.
Ainda de joelhos pregados ao chão, com uma terrível dor de cabeça, senti o sangue escorrer por minha testa e cair sobre meus olhos, avermelhando e turvando a minha visão, até escurecê-la por completo... Estava cega.
Era isso, iria morrer, não cumpriria a minha vingança... Estava perdida. Nesse momento ouço de longe a voz de Azulth gritando: “ELOWYN, CUID...”
Em seguida, nada. Simplesmente nada, nem dor, nem sensação do que poderia ser a morte. Acordei e estava deitada no chão, não estava mais cega, apenas com uma enorme sensação de cansaço e muito suada, exatamente como se tivesse acabado de acordar de um pesadelo. Olhei para os lados e meus companheiros também estavam lá deitados. Um a um, eles foram acordando, todos parecendo estar sofrendo os mesmos efeitos que eu. Mais tarde Kreev contara-me que não havia meio de escaparem, e tiveram que aceitar a “morte”.
Nesse momento notamos que estávamos do outro lado da parede de luz e de frente com o baú no altar. Em sua base havia uma inscrição em dracônico que Kreev lera como: “Se um foi difícil, imagine um exército!”. Chegando mais perto do baú, notamos que ele era completamente cravejado de pedras preciosas. Fumaça, ao perceber foi correndo tentar remover o baú de seu repouso. Tirando-lhe de cima do altar, a sala começou a tremer e girar para baixo, como um parafuso.
Quando finalmente chegou ao fundo, vimos que estávamos diante de uma nova passagem para outra sala. Dirigimo-nos para sala seguinte, que continha, gravado no chão, um enorme número “VI”, à frente outra passagem que levava ao que parecia ser outra sala. Quando chegamos à outra sala, percebemos que ela continha no centro um forte foco de luz que parecia vir do teto... Sim! Do teto... Nem uma fendinha sequer deixava entrar tão abundante luz. Curiosos, fomos até ela e percebemos que de fato, parecia haver magia nela. Em volta da sala... Mais 11 passagens além daquela pela qual havíamos entrado. Após examinarmos toda a sala, descobrimos que cada uma das 12 salas continham gravados no chão, números de I à XII... Ao que parecia, estávamos dentro de um enorme relógio. Além das salas numeradas, Kreev e Fumaça encontraram dois enormes e pesados espelhos.
Alguns minutos depois constatamos que se tratava de um demorado quebracabeça. Provavelmente teríamos que utilizar os dois espelhos para iluminar determinadas salas usando o foco de luz e assim... Fazer alguma coisa acontecer!
Algumas horas depois, havíamos conseguido por meio de três combinações, revelar três coisas intrigantes. A primeira, uma passagem para o que parecia ser a mesma sala do golem que havíamos enfrentado no nosso “sonho/teste”. Obviamente, preferimos ignorar essa maldita sala e continuar tentando outras combinações, o que alguns minutos depois, levou-nos à nossa segunda descoberta. Outra das doze salas se abriu e revelou o que Aries identificou como sendo um portal. Ainda intrigados se haveriam outras coisas a serem descobertas, e não sabendo se esse portal era o certo, nós o ignoramos por um tempo.
Continuamos tentando as combinações e alguns minutos depois a parede de uma das salas girou e revelou o que parecia ser um altar com uma grande estátua de um dragão. Logo abaixo da inscrição tinha espaço suficientemente exato para o baú que Fumaça afanara. Ao colocarmos o baú no seu provável lugar, o altar revelou-nos o que parecia ser um críptex (o que realmente o era) com seis giratórios numerados de I à IX. Após algumas tentativas frustradas, Fumaça teve a ideia de colocar as exatas combinações que havíamos usado no “relógio”, o que se mostrou altamente eficiente e correto. Ao colocar os números, o baú abriu-se e no seu interior havia uma chave de ponta triangular, que foi prontamente pega e guardada por Fumaça de Prata.
Não havendo mais combinações possíveis, dirigimo-nos para o portal que levou-nos à um grande corredor, tendo no seu final uma forte luz que parecia ser a luz do dia. Corremos como nunca antes, felizes em sair daquele lugar. Lá fora, um belo campo gramado, com arbustos, árvores e tudo mais. Sentado, divagando em pedaço do campo, estava uma figura muito pequena. Quando nos aproximamos, vimos que era um gnomo, este se apresentou como “Moak”, foi muito simpático e receptível. Indicou-nos o caminho da Cidade logo à frente.
Antes de sairmos ele disse “De uns tempos para cá tem saído muita gente desse templo. Aquela menina estava realmente muito mal quando saiu.” Nesse momento todos exclamaram em uníssono “CECILIANA”...
Despedimo-nos de Moak e fomos apressados para a tal Cidade. Nos portões dela estavam duas estátuas de dragões, acima deles, uma placa escrita em dracônico, que Kreev leu em voz alta: “Vila Dracônica”. “Estou em casa” disse Kreev.
Se é a casa dele ou não, não me interessa, só quero limpar todo esse sangue das minhas roupas, comer alguma coisa e descansar.
- Elowyn de Florivendel,
Herdeira do trono da Cidade Caída dos elfos

3 comentários:

  1. muito bom
    gostei como vc descreveu tudo que vc viu

    abraço e se esforse mas e vc sera um otimo jogador

    PARABENS

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  2. Muito bom.

    Um dos melhores já postados.

    Longa vida, Comitiva!

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  3. Legal, adorei a sala do relogio, hahahahahaha seus putos!

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