12 de outubro de 2009

Diário de Campanha Ato I: Guerra - 3ª Sessão

Após atravessarmos a floresta chegamos finalmente próximo a cidade, do alto da colina conseguimos enxergá-la. Mas já é tarde e o sol já se pós, então neste momento a cidade se encontra lacrada e pelos meus conhecimentos não existe forma de entrar enquanto seus portões de Ludwig se encontram fechados. Esperaremos o sol nascer para ai sim entrarmos na cidade e cumprir nosso objetivo.

O que me deixa curiosa é que nenhum dos membros da comitiva perguntou sobre o orbe, acho que não se lembram do real motivo de nossa viagem. Não tenho idéia da utilidade de tal artefato, mas definitivamente se trata de algo mágico, posso sentir a magia nele. Talvez contenha alguma informação muito valiosa da qual poderia render algo de valor no futuro. Infelizmente nem todos percebem o poder que temos em mãos. Não consigo confiar em Azulth, ele me parece um tanto quanto misterioso, tenho medo de que ele possa se virar contra todos em algum momento nos acarretando grandes problemas, ao contrario de kreev que apesar de sua aparência não me transmite nada do que possa me amedrontar. Este “lagarto” pode até não ter boas intenções mas, não fará nada enquanto precisar de nossa companhia.
Acampamos na colina a espera do sol nascer. O clima é quente e não passamos por nenhuma variação de temperatura desde que entramos na floresta, o que é muito estranho. No entanto a noite foi tranqüila sem nenhuma interrupção. Ao amanhecer fomos acordados com um tipo de uivar de lobo, mas de criatura que nada pareciam com lobos. Então avistamos novamente a entrada da cidade de Ludwig onde já estavam muito comerciantes entrando e saindo da cidade.
Ao entrar na cidade vemos muitos comerciantes armando suas barracas e vendendo de tudo, em direção o castelo passo por uma placa que dizia taverna no PalaChifrudo, um nome interessante com certeza mais tarde passarei por ali.na entrada do castelo somos barrados na entrada pelos guardas, mas ao anunciar que somos da Comitiva Escarlate os guardas mudam sua postura parecendo conhecer a comitiva. Ainda é cedo e provavelmente o rei acaba de acordar. Mesmo assim estamos sendo encaminhados para o seu encontro.
A aparência do rei foi um tanto quanto desanimadora para mim, um elfo com aparência de plebeu não era o que eu esperava. Está vestido com roupas sem nenhum requinte, exatamente como um civil. Mas já aprendi que não se pode julgar alguém por suas vestimentas e aparência, até mesmo os orcs mais amedrontadores possíveis podem ser criaturas amáveis.
A sala na qual entramos é comum, não muito luxuosa. O guarda que nos acompanhou até o rei cochicha algo em seu ouvido, infelizmente não consegui identificar o que era. Mas logo o rei muda sua postura diante da comitiva. Então o rei se dirige à comitiva – Acho que vocês vieram me transmitir alguma coisa de Lou Devoule? Então o tiefling toma posição de líder, o que na verdade líder ele não é. Então Azulth conta sobre o contra tempo que tivemos com os piratas que tentaram roubar o orb, mas que ele não sabia da localização do orb. Pois bem o “líder” da comitiva não se preocupa com o motivo da nossa ida até Ludwig? Essa realmente não é a postura de um líder de verdade. Mas o tempo mostrará isso a ele. Então como o orb se encontrava comigo pensei em fazer uma brincadeira, já que me encontro tão curiosa e entediada com essa situação. Com pequenos gestos faço o orb aparecer exatamente na frente do rei Autolycus. Ele então o coloca em um dos pilares da sala, uma explosão de cores aparece em toda a sala e derrepente uma imagem se forma em meio à sala. A imagem é de um anão em um quarto aparentemente. Fiquei surpresa pelo o que o orb continha, de fato está se trata de uma magia e uma magia antiga. Então começamos a ouvir uma mensagem, ou melhor, ouvimos o próprio anão falando conosco, como se estivesse ali, mas a imagem é azulada e de acordo com o que o anão de movimenta novas formas atrás dele do cenário onde ele se encontrava ia se formando. O anão então nos disse:
"- Meu exército está beirando a loucura. Minhas ordens não mais são aceitas. Todos os princípios pelo qual lutei estão sendo jogados fora. Não lutamos apenas contra os lagartos nojentos. Agora qualquer raça que não seja anã está submetida à fúria de meu exército. Foi graças a esse novo General, que todos louvam como se fosse Annar que tudo isso começou. Kor al’Korin, é o seu nome. Não sei como, mas ele tem acesso a magias antigas, proibidas a muito pelos magos de Anoehin e já esquecidas por toda Solaris. Atualmente ele pretende criar um exército de Golens. Está usando sua magia para dar vida a esses seres indestrutíveis." - após uma pausa ele continua - "Hoje tenho vergonha de meu trabalho, e não quero deixar isso para o mundo. Agora entendo porque Liw traiu nosso exército, mas não pretendo fazer o mesmo... Essa mensagem deve ser entregue para Lou Devoule, o mensageiro dos deuses. Espero que ele tenha uma solução melhor que a minha para esse problema" - ele arruma uma corda em volta do pescoço. - "Eu Klaus Burkhard, Tenente-General do exército anão estou oficialmente me retirando do cargo. Espero que alguém melhor o ocupe." – então o anão se enforca, jogando-se da cama. O som de seu pescoço quebrando é nítido, e podemos ter certeza que ele realmente morreu. Todos parecem surpresos com o que viram e ouviram. A cena da criatura se enforcando não me assustou em nada, mas aparentemente o rei ficou surpreso com a cena ali apresentada. Nossa companheira fumaça de prata parece desconfiar do que vê, perguntando se haveria como manipular isto de forma que fosse uma mensagem falsa. Mas assim como o rei eu acredito que não, que realmente seja verdade.
Então o rei começa a pensar e falar consigo mesmo, parece perturbado com o que virá e não entender porque Lou Devoule o mandou tal mensagem. Mas finalmente ele parece voltar a si e começa a nos dar novas ordens. Agora nosso dever será ir até uma cidade anã chamada Lokah a procura de Alexander. Ele diz que Alexander pode saber da localização dos pergaminhos que contem essas magias antigas e já a muito tempo proibidas. Tenho grande interesse em encontrar esses pergaminhos, seria muito interessante ter conhecimento de magias tão antigas e tão poderosas. Apesar de meu interesse não ser prejudicar ninguém, mas conhecimento nunca fez mal e esse é meu objetivo enquanto maga.
Então Autolycus decidi ir conosco até a cidade de Pinus onde ele se encontrará com Lou Devoule e seguiremos depois para a cidade de Lokah encontrar esse tal de Alexander. O rei pretende partir imediatamente, mas precisamos nos abastecer e nos alimentar, então ele decide que partiremos ao meio dia. Aproveitando as horas que ele nos deixa livres pretendo encontrar informações sobre poções e me alimente, afinal a algum tempo que não como nada. Parece que Azulth não gosta das ordens do rei, mas ele terá de aceita-las de qualquer forma, fumaça de prata parece que ainda não aprendeu que somos quase que uma comitiva “solidária”, que faz de um tudo, mas recompensas ficam só na promessa mesmo. O rei parece confiar tanto no poder da comitiva que nem faz questão de levar algum soldado, ou de convocar alguns de seus melhores soldados. Enfim a comitiva alcançou uma fama da qual ela não pode honrar, mais cedo ou mais tarde nossa sorte pode mudar.
Começamos a sair para nos prepararmos para a nossa viagem. Azulth e Fumaça de Prata continuam na sala do rei, devem de ter algo importante para fazerem ali ainda. Azulth parece relutar com as decisões de Autolycus, talvez queira tentar convencê-lo, pobre senhor da guerra não consegue aceitar ordens dos outros, sempre tentando ser quem manda. Ele ainda vai acabar se prejudicando por essa atitude. No entanto os outros membros da comitiva parecem estar cientes da situação da comitiva. Quem sabe teremos uma boa recompensa no futuro, mas pra mim o que vale mesmo é a experiência e o tanto de conhecimento que posso adquirir com esse tipo de viagem, além da diversão que é ver o comportamento das raças e suas relações. O nosso companheiro anão parece um tanto interessado na ladina, e ela finalmente aprendeu a deixá-lo sob seu controle. É sempre me surpreendendo com os seres.
Saindo do castelo vejo que kreev se dirigiu a copa do castelo, esse realmente foi esperto. Eu, a patrulheira Elowin e o bruxo fomos para fora do castelo. Segui para a biblioteca, quem sabe lá eu encontre algo que possa me ajudar na confecção de poções. A cidade está bem movimentada, com muitos mercadores. O dia é quente e não parece que o clima mudara tão cedo, estou realmente ficando preocupada com isso, pode não ser um bom sinal. A biblioteca da cidade não é muito grande, mas é comum a todas que já freqüentei. Existem coisas que não fogem do padrão em nenhum lugar. Infelizmente aqui não encontrei nada que possa me ajudar. Mas esses pergaminhos antigos, esses sim podem me ajudar. Estou ficando ansiosa para encontrá-los. Aparentemente todos estão se preparando para mais uma longa viagem. Ao meio dia nos encontraremos novamente no castelo.
O movimento na cidade de nada me surpreende, uma cidade mercante é sempre igual, vendedores, compradores, barracas, nada de diferente. Melhor eu também me preparar para a viagem, e como já percebi precisamos de poções de cura. Melhor providenciar alguns frascos. A caminho de uma loja de poções encontro Azulth, finalmente ele fará algo decente e também comprara alguma poção que ajude o grupo. Quem sabe agora ele comece a agir como um líder de verdade. Kreev também estava a caminho da loja.
Na loja de poções quem nos atende é um anão. Fiquei surpresa, um anão vendendo poções, é um tanto quanto diferente para mim. O anão quando soube que somos da Comitiva Escarlate parece conhecer este nome, é a comitiva alcançou uma fama que eu temia. Mas quando eu pergunto de poções de envenenamento ele se ofende, não quis ofende-lo, mas já que ele interpretou de tal forma não irei me esforçar para mudar seu pensamento. Infelizmente obtive uma discussão com Azulth o que, aparentemente, fez com que o anão fechasse a loja. Se bem que ainda pude perceber Kreev discutindo com o pequenino...Ainda bem que deu tempo de comprar as poções de cura, elas sim serão importantes.
Já está quase na hora de partir, melhor ir comer algo, aproveitar e conhecer a taverna do PalaChifrudo. Algo de muito interessante deve acontecer lá. Chegando à taverna já imaginava que algo de interessante acontecia aqui, mas me surpreendi. Paladinos servindo e sendo humilhados por qualquer um. Não acho que isso seja justo, mas deve haver algum motivo. Logo que eu entro um dos paladinos vem me receber dizendo – Bem vindo à taverna do Paladino Chifrudo, hoje temos Andermaunten. – É engraçado o jeito que ele está vestido. Com uma armadura completa e um chapéu com chifres. Um humano tão bonito não deveria estar vestido assim. Mas ele parece estar bem triste com sua situação. E é compreensível que esteja. Bom melhor eu ir comer de uma vez. Sentada a uma das mesas vejo todo tipo de criaturas se divertindo e humilhando os atendentes da taverna. Como as criaturas se divertem humilhando as outras é repugnante.
Terminando minha refeição vou ao encontro de todos, já é chegada à hora de partir. Todos já devem estar indo ao ponto de encontro. Espero que nossa viagem de volta seja tranqüila. E a chegada a Lokah seja igualmente tranqüila. Já faz tempo desde que meus antepassados passaram por terras de anões, espero não ver o que já me foi dito quando era pequena nas histórias de meus pais. Finalmente todos juntos já podemos partir. Elowin conhece muito bem os caminhos que precisamos seguir, então será menos provável o encontro com alguma criatura desagradável. A chegada até o porto onde o barco está ancorado foi como esperado, sem nenhum encontro desagradável. Quando rei Autolycus vê o barco logo o reconhece. Claro Cataventos VIII era o barco de seu “amigo”, cujo fora mandado para nos roubar, como eu imagino claro. A bandana dele e sua herança estão comigo e acredito que tão cedo não conseguirei me livrar dela, ou melhor, dele, Endro um companheiro nem tanto desejado.
Ao entrarmos no barco ainda estavam lá o corpo dos piratas que havíamos matado que já estavam fedendo de podres. Logo os tiramos do barco e limpamos o que restara. Então rei Autolycus no pede para deitarmos ao assoalho do barco, assim o fiz sem mesmo imaginar o que ele pretendia com isso. Ele toma então a direção do navio e o pilota com uma velocidade que eu nunca vira antes. Foi algo surpreendente. Em mais ou menos duas horas já estávamos na cidade de Pinus, uma viagem que demoraria dias se tornou a viagem mais enjoativa e rápida de todas que eu já havia feito.
Deixando Autolycus onde ele desejara seguimos nosso rumo à cidade de Lokah. Agora já precisamos de apenas um dia e meio mais ou menos para chegarmos. Nosso companheiro Tordek parece conhecer bem as águas dali, e guia o barco sem nos trazer alguma surpresa. Chegando na costa sul do continente de Goniar ancoramos o navio e seguimos viagem a pé. Só se vê areia por todos os lados, parece até um deserto. Muito estranho para um continente que deveria ser totalmente congelado. Caminhando um pouco nos deparamos com uma cena um tanto quanto engraçada. Seis ladrões batendo em um anão caído ao chão, bom como sempre os meus companheiros tem de fazer algo. Kreev vai logo procurar uma brecha para também bater no anão, e Tordek como se era de esperar vai ajudar o anão. Logo todos começam a brigar. Prefiro ficar a distancia e dar um apoio a distância. E evidente que o primeiro a dar seu “ataque” foi eu, imagina se iria perder a chance de queimar todos, ainda mais que estavam em uma posição tão favorável. Infelizmente durante a batalha alguns de meus companheiros não resistiram e acabaram desacordados. Mas conseguimos derrotar a todos os ladrões. Foi muito satisfatória a batalha, e no momento em que cravei a espada no peito de cada um garanti que não teríamos surpresas mais tarde, pelo menos em velos novamente. Mesmo tendo um aprecia mento pela mente de todas as criaturas tenho um prazer incontrolável ao matar um possível inimigo. Tenho medo deste meu lado, mas sempre foi ele quem me ajudou a me manter viva. Se eu tivesse piedade poderia ter muitos problemas, ainda mais por saber que toda criatura é arrogante e não é fiel ou grata a ação que a ela foi feita.
O anão que estava apanhando dos ladrões estava segurando um saco, aparentemente comum. Mas deve ter algo de muito valor dentro. Kreev logo o pegou e tomei a mim a responsabilidade de ter a certeza de que o tal anão não voltaria a incomodar, antes mesmo de que Tordek acordasse. Já é um pouco tarde então é melhor que voltemos ao barco para seguir caminho até a cidade pela manha do próximo dia.

Ceciliana, a maga

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