22 de setembro de 2009

Diario de Alexander, o nomade

Dia 2 de Solhein, ano quatro da segunda era fria.
Devo informar ao mundo minha grande descoberta.
Viajando pelo continente Goniar cheguei finalmente na impenetrável cidade de Anoehin. Impenetrável somente no nome, porque entrei andando como entro em qualquer reino. O medo que Solaris tem dos anões torna-se inexplicável quando voce conhece sua cidade.
Esses pequeninos sabem realmente como montar uma cidade! Nem mesmo Ludwig com toda exuberância de Autolycus pode ser comparada a Anoehin. Toda a arquitetura, organização e beleza da cidade-branca faz que voce esqueça da arrogancia de seus habitantes. Enfim, passei os ultimos meses nessa cidade, sendo bem aceito até, apesar de humano. Um pouco desconfortável me adaptar aos ambientes eu confesso, mas é como se estivesse de férias. Perdi parte da magia da cidade, por conta do clima, mas mesmo com o sol castigando essas peles brancas a cidade ainda me encanta.
Bom, mas o motivo desse diário é justamente informar minhas descobertas ao mundo, e apesar de toda essa euforia que Anoehin me trás, não é esse o motivo de meu relato. Para os apreciadores de malte, essa deve ser a maior descoberta desde que Noer escreveu o Genesis de Solaris! Os pequenos chamam essa bebida de Andermaltein, ou "cerveja" em idioma comum. Foi só depois de alguns meses na cidade que consegui provar uma amostra, em uma festa que louva um tal de Kor... Mas o que importa é que o sabor desse malte é diferente de qualquer outro que já provei. Não é quente como o malte da Taverna do Pala Chifrudo, nem aguado como o da Taverna do Lou. Mas sim saboroso e, acreditem, gelado! Sim! Esses pequeninos vivem no frio de Goniar e ainda assim bebem malte gelado! Conservado em cavernas por décadas e depois vendidos por peças de cobre aos camponeses. Uma pena que com esse clima louco que temos essa "cerveja" esteja cada vez mais escassa. Acreditem, as cavernas estão com a mesma temperatura que a Praia do Djabo! Bom, por sorte eu, generoso como sou, dividirei essa iguaria com o mundo. Foi só mostrar alguns montes de diamantes astrais que os anões me venderam todo malte. Vai ser difícil conservá-lo gelado durante a viagem, mas o que vale é a intenção... Quem sabe algum mago metido a sabidão queira usar suas frescuras pro bem da humanidade ao menos uma vez e resfrie essa Andermaltein para o povo de Solaris.
Em alguns dias devo chegar a Pinus, onde deixarei metade do estoque. A Taverna do Lou deve estar vazia com aquele malte que fede a urina de grifo. A outra metade deixarei em Ludwig, devo essa para Autolycus.
Bom, aconselho a todos visitarem essas tavernas, porque se voce morrer sem desfrutar o sabor de Andermaltein, voce realmente não mereceu viver! Hoje eu sei disso!

- Alexander, o nomade

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