2 de junho de 2010

Diário de Campanha Ato III: Liberdade - 4ª Sessão

Um pouco atrasado, trago o diario de nossa última sessão, que foi o desfecho da primeira campanha da Comitiva Escarlate, primeira em sistema D&D 4ed e terceira do grupo em sua formaçao atual.
O diario foi escrito por mim, fugindo um pouco a regra da visão das personagens.Mas acredito ter ficado fiel com a visão geral. As narraçoes pessoais surgirão em outros posts (ou não) em breve.
Divirtam-se ^^.


A Comitiva Escarlate segue rumo Anohein, a cidade-reino dos anões. A estrada é longa, e o caminho é deserto, e o clã dos tenebrosos ainda está por perto!
O caminho é inexplorado pelo nosso grupo de aventureiros, e tudo pode acontecer. Estará a comitiva em maus lençóis?

Cena I - A Rota Comercial de Ludovik

Lokah, a cidade mais afastada de Anoehin (e a mais próxima de Pinus), é a cidade mais conhecida do gélido continente de Goniar. Poucos se aventuram a adentrar oeste na terra dos anões. Uns fogem do frio, outros dos mitos.
A Rota Comercial de Ludovik é uma estrada que corta Goniar ao meio, ligando a cidade de Anoehin a Lokah, passando pela Garganta de Ludovik (conhecida pelos anões por Naar Dur's, portas-frias em idioma comum). Como o nome sugere, o objetivo da rota era de globalizar o comercio anão, centralizando em Lokah. Porém, após varias tentativas, e vários saques, a ideia foi descartada.

A comitiva segue pela rota. O caminho escondido pela neve faz o cenário parecer um enorme deserto branco, deixando o mais experiente aventureiro com suas duvidas sobre a direção seguida. O que orienta a comitiva são as pequenas pegadas de uma tropa que parece ter recém passado pelo mesmo caminho. Agora, se estão seguindo o caminho certo é outra historia.

Não muito longe dali, o clã dos tenebrosos luta contra o frio para chegar até Anoehin. Impedidos por uma cadeia de montanhas, os pequeninos acampam.

Apenas algumas horas de caminhada e a comitiva encontra o grupo dos tenebrosos mais a frente. O cenário se altera, a esquerda pode-se ver uma cadeia de montanhas. A comitiva, na espreita, observa os membros do clã Morcego preparando um acampamento, em meio à nevasca que inicia. Aproveitam para descansar da caminhada. Apenas Roxie mantém-se acordado, de vigia.
Passam cinco horas e os tenebrosos retornam sua marcha, agora em direção a comitiva, que rapidamente se esconde. Articus, o druida, aproveita seu gibão branco para se camuflar no cenário, enquanto o resto do grupo caminha de costas para deixar pegadas falsas na espessa camada de neve criada pela nevasca. Não demora muito até que o clã Morcego alcance o druida, esse que, percebendo que seria pisoteado pela marcha, acaba por surgir aos tenebrosos, sendo alvejado pelas potentes pistolas da linha de frente e quase levado a morte.
O líder do clã reconhece o membro da comitiva e o lembra do tratado de não-agressão que existe entre os grupos, e que se sabia que o clã estava ali, não havia necessidade de esconder-se. Continuam sua marcha ao sul. A comitiva os segue na espreita, logo após uma doninha das neves enviada por Articus avisar sua situação. O clã logo adentra em uma floresta, desconhecida pelos aventureiros.
Cena II - Floresta de Jah Vuu

A Floresta de Jah Vuu. Uma floresta de ilusões... Onde as árvores parecem dançar à noite, mudando suas posições... Tem esse nome por ser próxima a vila Jah Vuu, um vilarejo anão fora de Anoehin. Uma estranha neblina condensada reflete a imagem daquele que entra na floresta a si mesmo. Passos de pequenas criaturas podem ser ouvidos, porém a visão turva proporcionada pela neblina não permite identificá-las.

O grupo adentra a floresta, e de inicio percebem, com muita dificuldade, doninhas da neve correndo por entre as árvores. Uma coruja pula de um galho para outro. Sinal de mal pressagio para alguns... Um choro pode ser ouvido, e uma Elladrin, completamente nua, corre em direção da comitiva, abraçando Roxie. Antes que a Elladrin pudesse dizer algo, Roxie apunhala sua adaga nas costas da bela criatura, que então mostra sua verdadeira face.

Parte da lenda de Anoehin, a Bruxa de Jah Vuu é conhecida por seus constantes ataques aos viajantes da região. Sempre buscando acumular riquezas mágicas, essa bruxa é capaz de confundir o mais experiente grupo de aventureiros.

A bruxa é derrotada pelo grupo com certa facilidade. Porém o caminho entre a floresta parece se repetir. Roxie consegue, em meio a toda neblina, rastrear o clã dos tenebrosos, esses que parecem estar mais perdidos que a própria comitiva. O caminho segue. Um grupo de doninhas cruza o caminho, uma coruja pula de um galho para outro e... Espera! A comitiva está presa em um ciclo! Algumas voltas são dadas, até que Articus, seguindo a idéia de Kreev, volta o caminho. A coruja permanece em seu galho, as doninhas não mais cruzam o caminho e a luz do dia pode ser vista entre algumas árvores o caminho que o deixa na entrada da floresta. Usando um Disco de Tenser, o elfo sobrevoa a floresta, o que lhe mostra uma clareira. Dentro desta, uma cabana velha imersa a um pântano. O druida retorna para avisar a comitiva, que queimando algumas árvores (Kreev não liga para o Greenpeace) consegue encontrar a passagem e entrar na clareira.
Dentro da cabana, uma porta trancada, derrubada a força. Atravessando a porta, chegam a uma sala que parece não pertencer ao mesmo plano. Banhada a ouro e com dois baús. Aries, o bruxo, abre um dos baús, onde vê inscrito na tampa, por dentro “um de dois”. É um baú vazio sem fundo. Abre-se o segundo baú e a sala se desfaz, assim como toda floresta, deixando a comitiva no meio da Garganta de Ludovik. O clã dos tenebrosos, que havia ficado do lado de fora da cabana, já não está mais presente. Parece que o encanto foi quebrado.

A enorme fenda os tira mais algumas horas de caminhada. Uma depressão a frente abriga a vila de Jah Vuu. Ao horizonte pode-se ver os muros de Anohein.

Cena III – O caminho para Anoehin

Uma nevasca se inicia. É quando a comitiva perde os muros de Anoehin de vista que algo incrível acontece. Os flocos de neve param no ar, criando uma bizarra cena de uma nevasca inerte. É como se a comitiva estivesse em uma foto, e apenas eles pudessem se mover. No mesmo cenário, uma figura conhecida surge. Vestindo um macacão preto, colado ao corpo e uma faixa segurando os longos cabelos amarrados logo acima da cabeça, Kratos, o semideus do tempo, surge para a comitiva.

 - Comitiva Escarlate... Finalmente poderemos conversar... – ele surge do meio da nevasca inerte. Sabe como nós nos referimos a vocês? "Os vândalos do tempo". - a comitiva não tem opção de resposta. Por mais que falem ou gritem, não há voz.

 - Deixe-me explicar algo engraçado a vocês sobre o tempo. O tempo para os mortais é uma linha reta, porem à medida que fazem escolhas, criam ramificações. Cada ramificação é como uma possível realidade pra opção surgida. - ele ilustra o pensamento na neve – e independente de como aquela opção influenciará a vida do mortal, sempre seguirá para a linha principal novamente. É o que nós costumamos chamar de “destino”. Para a comitiva, a linha de tempo foi traçada e seu destino definido: a linha acabava no Templo de Namu. Porém apenas um membro do grupo cumpriu o objetivo. Após isso, a comitiva passou a não ter mais linha do tempo, e apenas ramificações sem rumo, sem destino, que criaram infinitas realidades alternativas. Vocês têm idéia do quão grave isso pode ser? Até Kratos, o semideus do tempo tem uma linha temporal traçada e com um destino definido! A comitiva está no mundo dos mortais sem destino e influenciando o destino de outros mortais! O clã dos tenebrosos não deveria encontrar Rikie, porém a comitiva apagou a linha de tempo original dos pequenos. Estou corrigindo as falhas no tempo de Solaris, mas não conseguirei sempre. A comitiva deve buscar sua linha temporal de volta.

Kratos puxa um pergaminho de suas costas, uma caneta esferográfica escorrega de dentro do cilindro formado pelo papel, ele o estica e começa a escrever algo.

- A estátua de Rikie está na torre invisível, a poucos passos daqui. Convenci o rei de Anoehin a deixá-la ali, pois estava escrito que os tenebrosos não encontrariam a estatua. Estou corrigindo seus erros comitiva. Onainahabak, por algum motivo, libertou-os do tempo, e isso não é bom! Encontrem Rikie na Torre Invisível, é de suma importância que o pedido a ser feito seja literalmente esse escrito, lido por Kreev. Qualquer alteração nesses eventos restará no caos completo. Talvez após essa tarefa Onainahabak volte a olhar pela comitiva.

Kratos entrega o papel a Azulth e some. “Após isso, retornem a Sala dos Deuses e unam-se a Ellowyn, antes que a linha dela acabe.” – uma ultima mensagem fica no vento. A nevasca se inicia. Azulth tem o mapa para encontrar a Torre Invisível, e abaixo as escritas em idioma dracônico:

“Rikie o sacrificado, devo enunciar meu enorme desejo de extinguir o amor existente entre Jakhar e Jedil. Meu pai será grato por esse feito, e Solaris poderá respirar bons ares novamente.”
Cena IV – A Torre Invisível

A Torre Invisível é uma torre de sete andares construída pelos anões anciões para ser a guardiã do tesouro do reino. Após a primeira era fria e a descoberta da Naar Dur’s pelos humanos, a torre perdeu seu uso, servindo apenas para observação. É revestida por espessas camadas de vidro espelhado que reflete a neve, impedindo sua localização imediata.

Após encontrar a torre, seguindo o mapa de Kratos, percebe-se que a torre não é espelhada por dentro. Uma escada em espiral esculpida em pedra polida que leva até o ultimo andar da torre é toda decoração que pode ser vista. A escuridão é total depois de fechada a porta. À medida que se aproximam do ultimo andar, gemidos e pedidos de socorro podem ser ouvidos.

O 7° andar.

Um alçapão trancado por fora é a única passagem para o ultimo andar. O grito de socorro aumenta, e sussurros indistintos podem ser ouvidos. No andar de cima, visto por entre o alçapão e suas paredes espelhadas, um Observador Olho de Chamas é o único bloqueio entre a comitiva e a estátua de Rikie.
Os aventureiros apanham de inicio, até descobrirem que a criatura não era tão forte quanto aparentava. Após duas flechadas certeiras no olho central do Observador, Azulth dava cobertura à Kreev para que este pedisse o desejo a Rikie, que ainda gemia por socorro. Ao contrário do que se esperava, Kreev seguiu os conselhos de Kratos e fez o pedido literal, como solicitado. O Observador foi derrotado e a comitiva mais uma vez salvou o mundo! (será?)

Cena V - A batalha, a redenção e a separação

Pouco antes do fim da batalha contra o Observador Azulth e Roxie deixam a sala, descendo a torre. Azulth resolve esperar no andar de baixo, enquanto Roxie segue o caminho. O elladrin segue mais alguns passos quando dá meia-volta e retorna às escadas. Alguns minutos se passam e o restante do grupo desce as escadas, ficando apenas Roxie e Kreev no ultimo andar da torre. Nem mesmo o corpo, do agora derrotado Observador, pode ser visto esse que se desintegrou após o golpe fatal de Kreev.
Uma nova batalha se inicia. Agora o vingador pretende seguir a missão dada por seu deus, de derrotar aquele que está incitando o caos. Roxie e Kreev batalham incessantemente por um motivo pouco discutido. A disputada batalha parecia nunca acabar, quando Roxie se rendeu.
Quando finalmente descem as escadas, percebem que Ceciliana não se encontra mais com o grupo. A comitiva perde dois grandes membros, porém consegue trazer a paz de volta a Solaris. Será esse o caminho que faltava para recuperar sua linha de tempo mencionada por Kratos?
 - Diego, o mestrante.


*Mais sobre a separaçao dos membros da comitiva será explanado pelos próprios nos próximos posts. Em breve.

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